19 outubro, 2012

#ACULPAÉDAINTERNET


(Artigo publicado originalmente no Blog da Escola de Criação da ESPM Sul)


Hoje é um dia histórico. Ao menos para quem pesquisa comunicação e mídia. Chega ao fim Avenida Brasil, que entra para a história da TV brasileira como a novela de maior sucesso na Internet. A chamada “novela 2.0” foi muito além do tradicional de “sucesso de audiência”, tornando-se um “sucesso de engajamento”. Mas onde entra o Ibope nisso tudo? O Ibope segue medindo a audiência, como faz desde os tempos em que a Janete Clair assassinou o Salomão Ayala e o Manuel Carlos juntou o Quinzinho e o João Victor. Ou seja: há décadas atrás. Entretanto, tentar comparar a audiência do último capítulo que irá ao ar hoje com o de uma novela de dez anos atrás é o equivalente a comparar a Lady Gaga com a Doris Day. Tratam-se de produtos de ambientes midiáticos completamente diferentes.

A sala de estar hoje é virtual, onde o público reage - e interage - em tempo real através da segunda tela do smartphone, tablet ou laptop, e onde comentários do tipo “Essa Carminha é doida”, que se diria à pessoa sentada ao lado, se transformam em #oioioi #EssaCarminhaÉDoida nas redes sociais, que incluem também Tumblrs hilários como Nina das Entocas (imagem acima) e Love Carminha, perfis no Twitter como @MalditaDaRita e @Gato_Genesio (o gato branco de porcelana que enfeita a mansão do Divino) e vídeo mashups como o Funk Me Serve.


Para medir o hype e a quantidade de conteúdo produzido pelos fãs, são necessárias métricas especificas que levam em conta os milhares de hashtags, avatares, GIFs, memes e comentários que não entram na contabilização dos índices de audiência, mas que são um termômetro eficiente para medir a popularidade de um tema na atual cultura da convergência.

Com Avenida Brasil, a TV social provou que chegou no país para ficar (vejas números no Brasil e no mundo). Fenômeno que há muito já se destacando entre fãs de séries, a TV social encontrou aqui um público ávido por participação, principalmente em um momento em que a classe C está cada vez mais conectada. De olho neste mercado, até o Hipermercado Extra e a Vivo pegaram uma carona, o que no caso da operadora acabou em polêmica devido ao uso do personagem Tufão sem autorização da Globo.

Fica meu parabéns para o público brasileiro, pelo bom humor e criatividade, por criar avatares congelados sem ajuda de nenhum aplicativo, por ter divulgado a novela com mais competência que uma campanha publicitária milionária, e por tornar a narrativa online às vezes mais interessante que a própria trama. Não estenderei porém o parabéns à Globo, que na minha opinião não soube explorar o imenso potencial de TV social de Avenida Brasil. Mas quero acreditar que a lição foi aprendida para as próximas. E se não foi, #aculpaNÃOédaRita.




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